[...] Dois meses depois.
Segunda semana de Julho, sete meses completos e inverno! Agora estou literalmente vagabundeado, trabalho só depois do nascimento da Emily, e por falar nela hoje tenho ultrassom. Acordei cedo, tomei um banho bem quente, me vesti, uma blusa de manga comprida de tecido fino que se modela conforme a barriga, um legging para não me apertar, um casaco grande e quente de cor clara e botas. Fiz uma trança bagunçada nos cabelos e um delineado fino com o delineador na pálpebra móvel dos olhos.
- Falta só dois meses filha! Nos veremos em breve! - Falei acariciando a barriga por cima das roupas na frente do espelho.
Peguei minha bolsa e desci para tomar café. Fiz uma torrada, servi um copo de suco de laranja e peguei uma maçã. Fui para sala assistir tv, fazer um tempo, ainda tá bem cedo para a consulta. E ah, antes que me perguntem, eu e o Bruno não voltamos, eu disse para ele pensar e escolher um rumo para sua vida e essa foi sua decisão, sou obrigada a aceitá-la, tá sendo complicado não sentir falta, lembrar, principalmente durante a noite, mas talvez seja melhor assim, sem brigas! Que fique claro, não perdemos contato, pelo contrário, ele me manda mensagens seguidas de bom dia e pergunta como estamos, mas nada além disso.
Outra coisa que eu não falei, a Hynaie foi morar na Europa, uma famosa revista a convidou para ser editora chefe e ela foi, nos despedimos no mês passado. Já a dona Adriana, bom, prevejo um ótimo relacionamento com o Phred! Pelo que sei, os encontros dos dois estão casa vez mais constantes! Fui despertada dos pensamentos com meu celular apitando mensagem.
"Bom dia, como tá? Hoje é o dia da ultrassom né? Posso ir com você? Beijos." - Bruno.
"Bom dia, tudo certo e você? É sim e claro que pode ir!"
"Indo... Brigada, te busco aí, tomamos café e vamos, pode ser? - Ele responde em seguida.
"Pode, mas acabei de tomar café! Não demora" - Disse guardei o celular na bolsa, previ que ele não responderia a não ser quando já estiver aqui.
Coloquei as louças na pia, desliguei a tv e voltei ao quarto, escovei os dentes, peguei as coisas que tenho que entregar ao Bruno e desci de novo, tranquei a porta e saí. Fiquei matando o tempo conversando com o porteiro, ele é um senhor engraçado e querido, sempre trata todos muito bem.
- Tá enorme essa menina, hein! - Ele disse me analisando por cima do balcão.
- Só mais alguns meses e você vai ver ela correr muito por aqui! - Brinquei.
- Sem bagunça aqui mocinha! - Rimos e meu celular apitou mensagem do Bruno.
- Bom, vou indo! Até mais! - Falei e acenei.
- Bom médico! - Respondeu.
Atravessei a rua e entrei no carro do Bruno, nos cumprimentamos com um beijo no rosto, já disse que parecemos estranhos? Pois é, isso é horrível e está me matando!
- Para você entregar! - Disse e lhe dei a embalagem com os cupcakes dos padrinhos e madrinhas.
- Que lindo! Vamos entregar juntos! - Sorriu mostrando as covinhas e largou a embalagem no banco de trás.
Seguimos até o consultório em silêncio, eu acabei me perdendo em pensamentos como de costume e com o Bruno pareceu acontecer o mesmo. A consulta foi a tranquila. O médico me explicou que agora a Emily já tem os cabelos formados, cor definida, mas pode mudar após o nascimento. Além das mudanças constantes de humor e só o que eu posso fazer para amenizar isso é uma boa noite de sono - o que tem sido difícil porque minha filha está serelepe -, uma alimentação regulada - mais do que já tenho - e exercícios físicos.
- Doutor, qual o tamanho dela? - Bruno.
- Vinte e quatro centímetros. - Respondeu o médico.
Trocamos algumas palavras, marcamos uma nova consulta e nos despedimos. Hoje foi a consulta mais rápida que já tivemos, sem muitas explicações, dúvidas e problemas. Fomos embora.
- Vai pro estúdio comigo hoje? - Pediu.
- É melhor não! - Neguei, pra que essa aproximação dolorosa?
- Por favor! Fica lá hoje! - Insistiu.
- Tá bom, Bruno, tá bom! Só um pouco! Preciso da minha cama! - Respondi e ele riu.
Sinceramente não queria que ir para lá, porque ficar lá vendo ele e não poder abraçar, dizer que sinto sua falta me dói e isso é só o que eu não quero agora! Nós ficamos dois meses sem nos ver direito, apenas um sms dia sim dia não de bom dia, eu tive que me contentar com isso do nada ver ele assim tão próximo sem poder falar ou fazer nada não dá, estou me esforçando muito, pela minha filha, mas poucos sabem o quão doloroso tem sido.
Bruno POV'S
"- Bruno, você precisa dar um jeito nisso! - Disse Phil irritado.
- Ela não vai aceitar, quer que eu faça o que? - Eu respondi.
- Aprenda a dar o devido valor as pessoas, principalmente a mãe da sua filha! Bruno, você acha mesmo que ela está bem lá sozinha? Sabe o quanto elas ficam emotivas durante a gravidez? Sabe o quanto elas sofrem com as dores? Sabe quantos desejos elas tem durante a noite? E sabe o que elas mais precisam? Você não sabe de nada Bruno, nada! Sabe se a Beatrice passou mal esses dias? Não, não sabe, porque é um irresponsável! - Phil falou tudo aquilo com tanta frieza.
- Tá sabendo de algo que eu não sei Philip? - As palavras dele me assustaram.
- Tô Bruno, de muita coisa! Você ligou para ela alguma vez durante esses dois meses? - Perguntou seco.
- Não. - Falei.
- Pois é Bruno, eu liguei para ela algumas vezes, ela tava com voz de choro, disse que sentiu algumas dores e não quis incomodar ninguém, a Urbana conversou com ela e lhe deu dicas, mas eu sei que no fundo era mentira, sei que ela chorou porque te ama enquanto você curtia a bebida. E sabe o que era o certo a fazer? VOCÊ TER IDO LÁ CUIDAR DELA, É SEU DEVER! ELA NÃO FEZ AQUELA FILHA SOZINHA!"
Eu fiquei com a conversa minha e do Phil na cabeça por um longo tempo, e foi isso que me fez tomar a atitude de hoje, ir ao médico com ela. Durante todo esse tempo eu fiquei mal, bem mal mesmo, mas tentei não demostrar mas o Phil notou e me xingou com toda razão! Sinceramente não sei o que tem acontecido comigo, não que eu seja um anjo, mas nunca agi de uma forma tão inútil quanto agora. Coloquei um ponto nessas minhas atitudes irresponsáveis e vou me comprometer ao menos com a minha filha, se ela tenha desistido de nós.
[...]
Beatrice POV'S
- Olha quem apareceu! E aí gorda? - Phil veio me cumprimentar primeiro.
- E aí careca! - Sorri abraçando-o em seguida.
- Tá uma grávida linda hein! Tomara que a Emily puxe a você, porque se puxar ao pai, coitada! - James zombou do Bruno.
- Muito engraçado você Jay! - Bruno disse oferecendo-o o dedo do meio.
Me acomodei no sofá e fiquei conversando com o Ryan e Phredley enquanto os outros faziam algo mais útil. Phil chegou se metendo na nossa conversa e os dois acabaram saindo da volta.
- Como tem sido esses dias? - Perguntou atencioso passando a mão na barriga.
- Difícil, mas foi a decisão dele, né! - Sorri fraco.
- Ele vai voltar atrás se não for tarde! - Sorriu.
- Posso saber o que conversam? - Bruno chegou.
- Nada Bruno! - Phil foi seco, levantou-se e disse no ouvido dele "estou sendo o amigo que você deveria ser", imagino que não era para eu ouvir, mas ouvi muito bem.
- Podemos conversar lá dentro? - Bruno pergunta e eu respondi sim.
O segui até o escritório, depois da frase do Phil eu fiquei realmente com medo dele ter contato o que havia acontecido durante esses dois meses e se ele contou é sobre isso que o Bruno quer conversar comigo.
- Quero te mostrar uma coisa. Senta aqui. - Bruno me indicou sua cadeira, sentei-me. - Só escuta, tudo. - Continuou.
Ele colocou o clipe de Just The Way You Are para eu assistir, não intendi muito bem, mas como louco não se contraria, fiquei quieta. Fiquei prestando atenção em todos os mínimos detalhes como nunca, desde ao Bruno, como a letra, a melodia... Aquele clipe é o mais perfeito dele, ele parece ser o cara mais perfeito do mundo, uma pena que eu tenha visto o lado escuro, mas enfim, acabou, sorri no final e ele veio na minha direção.
- Lembra que a uns três anos e meio atrás, você tinha ido lá para minha casa ver sua mãe como normalmente e estavam todos na piscina? - Ele pergunta.
- Mais ou menos! - Fui verdadeira e ele rio.
- Que seja. O Phil falou para você ficar e você aceitou, ficou sentada na espreguiçadeira nos cuidando, e quando o Ryan caiu na piscina você riu, foi a primeira vez que eu vi o quanto seu sorriso era lindo. Daí...
- Você saiu da água e se sentou próximo a mim, puxou assunto dizendo que eu tinha um sorriso lindo, eu não acreditei. Você ficou pensativo e não disse mais anda. - Eu completei sua frase, agora sim, eu lembro disso, mas o que tem a ver uma coisa com a outra?
- Exatamente. Eu fiquei um tempo ali e depois fui para o meu quarto, peguei umas folha sem branco e escrevi "É tão triste saber que ela não vê o que eu vejo" e "Os lábios dela", não tinha o menor sentido aquelas duas frases, mas eu quis guardar, tempos depois eu comecei a escrever essa música, mostrei ao Phil e ele disse que era linda, que eu estava apaixonado pela minha namorada, me zoaram por eu ter escrito uma música a ela, mas a verdade é que nunca foi para ela, todas as partes que escrevi era você que eu via, e quando eu cantava era os seus lábios que eu enxergava. A única pessoa que sabe disso hoje é você, eu e o Phil, para variar. - Sorri com tudo que ele disse, mas não consegui dizer nada.
- Você pediu um tempo, eu pensei, talvez por tempo de mais, agi das piores formas com alguém que não merecia, fui um irresponsável, tentei esconder o quanto estava mal por nossas brigas, mas não consegui, só me fiz sofrer com isso. - Ele disse olhando nos meus olhos marejados.
- Nos fez! - Completei.
- Me desculpa por todas as brigas que arrumei com você, pelas vezes que deixei você sozinha sentindo dor e por todas as que fiz você chorar. Eu quero que me aceite de volta, e eu sei que não será fácil ter sua confiança de novo depois do que eu fiz, mas não aguento mais saber que enquanto eu tô aqui às vezes rindo você está lá sozinha chorando, você não merece isso. Por favor, sei que ainda sente algo por esse idiota aqui. - Ele disse e segurou minha mão.
- É difícil parar de amar quando você aprender a amá-lo do jeito que ele é. E sobre desculpar, é claro que desculpo, faz parte da vida, tudo acontece por um motivo e mesmo que doa uma hora passa. - Sorri.
- Tem um sim dentro de toda essa frase filosófica que você disse? - Ele me fez rir.
- Tem vários! - Respondi.
- Me dá um beijo? - Bruno pediu.
- Isso não é coisa que se peça e sim que se robe. - Eu terminei de falar e ele me puxou para um beijo.
- Eu senti falta do seu beijo! De você, da nossa filha! E por favor, mesmo que eu faça qualquer merda, não vai embora assim! - Disse sorrindo.
- Seja um bom garoto. - Ri.
Ficamos mais algum tempo ali no escritório dele e resolvemos entregar os cupcakes para os padrinhos. Eu saí da sala e avisei o Ryan e Phil de que Bruno estava o esperando no escritório. Fui no carro dele e peguei a sacola no banco de trás, dei uma olhada se estava tudo certo, tranquei o carro e entrei, fui direto na sala.
- Se não gostarem vão ter que engolir, presente impossível de trocar. - Bruno disse e os entregou o cupcake.
- "Uncle, you agree to be my best man?" - Phil leu em voz alta. - Mas é claro que sim! Que presente maravilhoso! - Phil continuou e veio me abraçar.
- Obrigada, por tudo! - Disse em seu ouvido, ele entenderia o 'tudo'.
- Sou amigo do idiota ali e seu também! - Respondeu, nos soltamos e foi a fez do Ryan.
- Fiquei surpreso, não pensei que eu seria o escolhido! Eu aceito sim, obrigada! - Disse me abraçando.
- Ele não tinha motivos para não te escolher, bobão! Emily agradece! - Respondi-o.
Eles parabenizaram e agradeceram o Bruno também. Fiquei feliz, na verdade eu sabia que eles aceitariam, mas é sempre melhor quando você tem certeza de algo.
- Agora, e vocês? Acabou a palhaçada? -Phil disse mais sério.
- Uma família só é feliz quando está completa! - Bruno disse e me abraçou de lado.
- Finalmente! - Ryan disse.
CONTINUA???
Bem meus amores, eu tive muita coisa da escola esses últimos dias, porque como sabem é final de ano e na minha escola mudou a forma de boletim, antes eram notas e agora são conceitos, csa, cpa e cra e com isso eles querem acabar com o nosso último trimestre e forçar a gente a estudar até o final de Novembro o que não vai acontecer comigo, porque quando eu passar eu não vou ir mais, sou revoltada! u.u Enfim, desculpem-me e além da escola eu tive uma falta de ideias, mas aí está.
Comentem por favor! Beijos.